quinta-feira, 30 de agosto de 2018

pasto amarelo amarelo no fim de julho

meu truque: eu sou a seca, não Agosto
e o peso de ter nomes se apequena
- mesmo que ainda persista algo de sina,
sou puro substantivo sem aposto

de tempo em tempo, é claro, eu me ajusto
e nesse movimento viro a cena:
em cada badalar que desatina
converto meu presente em entreposto

cercado em meu abrigo movediço
os cacos que me estilham se reerguem
pra, desestilhaçados, me fazerem:

um ser, se não coerente, inteiriço,
que as sombras do passado não perseguem:
eu sou as cicatrizes que me ferem

3 comentários:

Carol Rosignoli disse...

Que honra ser sua contemporânea.
Que honra!

Yuri disse...

Carol Rouxinol, desde 2016 que não postam um comentário neste blogue!

Respondo o comentário, contra todas as tendências da internet contemporânea, pra dizer que fico igualmente honrado por caminhar no mesmo tempo do mundo em que existe você =)

Bella disse...

Minha nossa, desde de 2016 que não tinha comentário?