terça-feira, 11 de setembro de 2018

Volta Seca

não eu não sei o que que é sentir medo
sangrei homens maiores mais malvados
por homens mais maiores fui sangrado
e disso não fiz nem faço segredo

o sangue que derramo é meu brinquedo
e o pátio onde brinco é o gramado
de sangue todo rubro e salpicado
de cheiro ocre e de um tom azedo

recuso o que me há de fabiano
de ciço de baleia e conselheiro
amar os homens não é meu destino

o meu poema voa deste cano
é verso retamente cangaceiro
de amor para teus olhos, virgolino


terça-feira, 4 de setembro de 2018

[...]

Onde está teu nome, filho do Sol?
Soterrado em Amarna
Raspado de todos os pilares
e de todas as colunas
(as sagradas e as profanas)

Teus filhos não o dizem em voz alta
Recusam mesmo o que há de ti no nome deles

Quem te conhecerá? Que força se pode opor ao fogo
e ao tempo impiedoso? Que salvação pode esperar
do Sol um nome que não projeta sombras?