sábado, 1 de outubro de 2011

As primeiras palavras do Universo

Seguindo a Emannuelesca tradição de algum autocomentário antes do texto propriamente dito, emendo aí umas palavras ou duas:

Me perdoem o sem número de pretenções poéticas que venho lhes jogando estes tempos. Confesso que prefiro (e confio mais no meu taco quando se trata de) escrever estórias, mas minha cabeça não tem funcionado suficientemente cartesiana para que a forma adequada de um conto ou coisa do tipo se manifeste.

Vai lá o poema, em estado quase que bruto (que minha alma, completamente bruta, não fica tão bem no papel).

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Posto que era pira, havia chama
Não havendo mais amor, ardeu raiva
Por ser pouco o combustível, ardeu morna
A calma raiva dos assassinos.

Entre estantes velhas e livros de poeira
E ideias ambíguas e sentidos de loucos
E palavras que só faziam sentido em seu idioma
A moça atordoada procurava entre...

Posto que havia mentira, havia dúvida,
Não havendo mais certeza, ardeu fé
Por ser muita a desconfiança, creu suave
A suave crença dos que não pensam muito

... estantes velhas e livros de poeira
E ideias ambíguas e sentidos loucos
Palavras que fariam sentido para
Seus sentidos, que lhes desmentiam as crenças adquiridas...

Posto que havia fúria, havia calma,
Posto que havia o alvo, havia escárnio
Sendo incertas as certezas, deixou-se, leve
Morrer de novo na irmã correnteza

Entre estantes velhas e livros de poeira
E ideias ambíguas e loucos sentidos
E as primeiras palavras do Universo.

3 comentários:

Unknown disse...

Fiquei com raivinha.
Vc não só voltou a ter 3 textos entre os 10 mais lidos do blog como agora tem 2 entre os 5 mais lidos! Hahaha, achei bastante interessante.

Yuri disse...

Pô, camarada! Isso ainda te deixa com 7/10 e 3/5! Larga de ser fominha!

Unknown disse...

Olha, olha.
Não consigo fazer caber aquela dúvida aqui nessa coisa-luz que por falta de nome só nos resta chamar poesia.

Se essa é tua desordem, por favor, esquece de apagar o abajur. Isso sim é acesura, isso sim fosforece e quase que queima demais.

Ainda bem que fogos sinceros são sempre bem vindos, que fazem voar ao invés de doer.

Ainda bem.
Obrigada pelo brinde de vida,
que também gosto chamar desordem :)