Fecha outra manhã clara
Sem minuto, sem dia, sem frio ou
calor
Sem saber se ela é ontem ou
amanhã escritor
Sem momento de fome ou voz de
professor
Na de sempre espessa luz
A chuva espreguiçou e o sol se
esqueceu
Que pintar desbotado não desfaz
todo o breu
E que tem que subir pra lembrar
quem sou eu
Quando o tempo decidir
Se ele era, se foi, se ele vai ou
se vem
Se ele fica engasgado entre
tantos poréns
Se tem hora pra mim ou hora pra
ninguém
Nesse dia pois quem sabe
Eu o conte nos dedos e o encare na
fronte
E entre os passos pesados de um mastodonte
Eu te olhe, te inspire, me expire
e te conte
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