terça-feira, 24 de março de 2015

Não serei nem terás sido


Fecha outra manhã clara
Sem minuto, sem dia, sem frio ou calor
Sem saber se ela é ontem ou amanhã escritor
Sem momento de fome ou voz de professor


Na de sempre espessa luz
A chuva espreguiçou e o sol se esqueceu
Que pintar desbotado não desfaz todo o breu
E que tem que subir pra lembrar quem sou eu


Quando o tempo decidir
Se ele era, se foi, se ele vai ou se vem
Se ele fica engasgado entre tantos poréns
Se tem hora pra mim ou hora pra ninguém


Nesse dia pois quem sabe
Eu o conte nos dedos e o encare na fronte
E entre os passos pesados de um mastodonte
Eu te olhe, te inspire, me expire e te conte

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