segunda-feira, 6 de junho de 2011

Soneto à Anônima versejação

Úmida folha em chão seco de mitos
Basta um só vento que longe te leve.
És carne, és sonho, idéias e neve,
Campo de sonhos ainda inauditos.

Fosse eu dos grandes poetas peritos,
Far-te-ia a rimas, precisas e breves,
Para dizer-te “Oh, folha, releves!,
São campos secos, mas ainda bonitos”

É, porém, rouca e pueril minha musa:
Falta sentido e paixão duradoura,
Mata-me a idéia uma vírgula intrusa.

Queria ser qual tú, encantadora
Plena da arte que a nada recusa,
Úmida folha de Anônima autora.

3 comentários:

Yuri disse...

Inspirado pela fantástica
http://vdflor.blogspot.com/2011/06/diz-me-que-eras-doce-e-hoje-po-de.html

M.A. disse...

Você tem uma suavidade que me escapa.

Caroline Mello disse...

Talvez um excelente blog.
Gosto do seu jeito de escrever, é suave e profundo, diferente....talvez vc seja um bom escritor.