segunda-feira, 9 de outubro de 2017

galinha

(pro Daniel Minchoni, com um verso que roubei dele)


esse poema tem asas de galinha
e olhos de tamanduá bandeira
a boca é de um tatú, e a traseira
parece, mais ou menos, com a minha

quando eu era menor, lembro que eu tinha
um poema meio que dessa maneira
sem meio fixo e tampouco sem beira
o conteúdo só na entrelinha

fazer poesia em forma de quimera
por mais que use uma forma ultrapassada
é o jogo favorito que eu brinco

faria toda noite, se pudera:
brotar galinhas de uma só piscada,
parir, de sopetão, um ornintorrinco

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