Exumaram o cadáver do velho, aquele que foi torturado e morto em um campo de concentração. Cobriram sua pele deteriorada com camadas de borracha e silicone. Pintaram seu corpo de um tom suave de rosa, e avermelharam suas bochechas e a ponta do seu nariz. Colocaram duas bolas coloridas de gude em seus globos oculares, e apararam e pintaram suas barbas e cabelos e unhas.
Vestiram seu cadáver com uma elegante farda, e convidaram seu cadáver para jantares elegantes, onde teve a honra de conhecer os cadáveres mais ilustres.
Espetaram eletrodos em suas orelhas e em sua nuca, para que, pela aplicação de choques muito bem calculados, lhe fizessem mover os olhos, as pregas vocais, a boca e, com uma carga um pouco mais alta, mesmo um dos braços.
Hoje tem seu próprio programa na televisão, no qual declara as maravilhas que a medicina imperial fez por si e por seu povo desde que foram conquistados.
3 comentários:
Nossa Yuri...
E esse é o mesmo comentário do "Culinária", acrescentando-se um "eita".
Obrigado, mana =) Só não entendi se o "eita" foi pro Culinária ou pr'uma guerra em quatro parágrafos.
O "eita" foi para o culinária.
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