entre dois
mundos transito, no entanto,
sou nesses
dois tanto deusa e nada.
nos meus
dois lares sou só convidada
de honra –
ou, pra ser mais precisa, nem tanto.
mas desisti
de sentir-me alijada
e de gastar
pelo exílio meu pranto.
quaisquer
amores, botei no meu manto;
qualquer
saudade, joguei pela estrada.
eis que não
cresce em meus pés mais a hedra.
sigo o
caminho, qualquer que desponte,
se esse é o
dever que o destino me engendra.
não mais me
ilude o terror do horizonte
ou mesmo a fé em alicerces de pedra.
por lar,
agora, só tenho o Aqueronte.