sábado, 6 de setembro de 2014

Crônica de uma viagem maluca

O homem cego de um olho numa baita cicatriz arca-se em direção aos outros e a preço alto oferece-lhes frutas numa caixinha debaixo de um sol escaldante desde as primeiras horas da manhã num vento lancinante e vê-se sempre preso do lado de fora das janelas cujas vistas pode enxergar somente de forma indireta pelo reflexo do insulfilme. O escritor conclui que é escravo da visão e que a base da literatura está nos detalhes da descrição a partir da observação atenta cotidiana policiada e impressionante e tem dificuldades em se expressar. Os médios arbustos aparentemente a o que eu acho uns cem metros ali para frente na descaída daquele morro em lusco fusco riem exaltados com as carícias e o cumprimento do vento seu velho amigo que traz as notícias do dia das cicatrizes da literatura e das estrelas que se fazem tímidas por ainda estarem a pouco número e avançam imperceptivelmente a quem passa pela estrada a muitos quilômetros por hora. Enfim vem o resto de um dia e lá a espera de alguém um velho pensa em seu avô e no que ele pensava do avô dele e que tempo curto esse que agente vive mas pensa também no próprio pai no filho e no neto que nem chegou a conhecer tanta gente assim mas talvez já andou de montão mas mesmo assim não deve se lembrar dos caminhos porque como já disse passa a muitos quilômetros por hora e é de se impressionar e depois pensa como é tolo se fazer pensar nisso só por que é velho acham que não pode pensar em mais nada porque velho tem essa de ter muita vida vivida e lembrança de verdade e estar sempre mais perto de casa e também do FIM.

Um comentário:

Daniel disse...

Só pra constar, a quebra de linha genial foi t-o-t-a-l-m-e-n-t-e planejada, é claro.