sábado, 26 de fevereiro de 2011

Talvez uma intervenção

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Eu realmente não sou o tipo de pessoa que se diverte muito com o convívio com os outros. Por vezes quando estou deitado na minha cama lendo algum livro penso que são aqueles momentos nos quais eu realmente posso ser eu mesmo. Quando estou na companhia de alguém dificilmente falo aquilo que vem à minha cabeça. Por vários motivos. O mais importante sem dúvida é que as coisas que passam pela minha cabeça dificilmente são o tipo de coisas que se fala para as pessoas. Em outras situações simplesmente acabo falando sobre coisas que as pessoas não querem ouvir, assuntos desinteressantes para elas, ou nas quais elas simplesmente nunca pensaram antes.

Mas não me entenda mal. Existem pessoas com as quais gosto de conviver. Mas isso geralmente implica em pessoas que falem, e que falem coisas as quais eu não me sinta mal de ouvir. É um pouco demais pedir para que alguém entenda minhas piadas internas – de mim para mim mesmo – ou minhas referências, mas as vezes me surpreendo com como o tempo faz com que aquelas pessoas que eu simplesmente costumava ouvir me entendam um pouco melhor quando falo.

Conhecer pessoas é fácil. As perguntas são sempre as mesmas, os assuntos-chave facilitam, podem até fazer com que as pessoas tenham uma boa primeira impressão e gostem de você logo de cara. Depois, quando esses assuntos morrem, fica mais complicado. Quero dizer, isso quando vale a pena tentar fazer uma ponte entre esse estágio e o que comentei no parágrafo anterior. A maior parte das vezes simplesmente não vale. Mas até aí, na maior parte das vezes somos obrigados a conviver com pessoas que não valem a pena. E é exatamente nos momentos em que isso fala mais alto que me deito na minha cama com um livro e penso se realmente essa estória de sociabilidade vale a pena.

O importante sem dúvida é se divertir. Se você não se diverte com alguma coisa, provavelmente você pode substituí-la por alguma outra que te diverte. Escutar o que aquelas pessoas que chamo de amigos tem para dizer provavelmente é a coisa que mais me diverte, não importa realmente o que elas estejam falando, sejam divagações filosóficas, sejam besteirinhas que não chegam sequer a ser triviais, ou até mesmo assuntos que poderiam ser considerados sérios, já que numa conversa entre amigos nenhuma conversa é realmente séria, e nenhuma conversa escapa de algumas amenidades. Caso contrário eu realmente não sei se seria amizade de fato.